terça-feira, 27 de abril de 2010

26 anos em 26 abril.



O meu aniversário em 2010 foi comemorado em um restaurante mexicano em Bangladesh, com um jantar entre meus amigos da Colombia (Jorge e Mafer), Itália (Alex), Alemanha (Philipp), USA (Melissa), Servia (Diana), Venezuela (Jorge) e claro, Bangladesh (Saad, Raju, Sabih, Mehedi e Russel).

Apesar da saudades do Brasil e da vontade de dizer: “Mãe, vem me buscar!” meu dia-noite-aniversário foi muito divertido!

Obrigada pessoal daqui pela festa!
Obrigada pessoal do Brasil pelos recadinhos, emails e telefonemas!
Foi, podem ter certeza, memorável! :)

domingo, 11 de abril de 2010

em bengali.


E a minha fluencia bengali melhora a cada dia. NOT!
Teclado em Bengali.
Seda em Bengali.
"Proibido estacionar" (talvez?) em bengali.
E o que nao se pode fazer, em bengali.
(e em ingles, para esses estrangeiros doidos.)

terça-feira, 6 de abril de 2010

15 passos em Dhaka

A COMIDA.
1. Nos restaurantes, a comida nunca vem “toda-junta”. Exemplo, se vamos em 3 pessoas, eles trazem o que esta pronto, e as vezes, quando uma pessoa termina de comer, o pedido da outra nem chegou. Além de comerem muito rapido, o garçom traz a conta logo apos trazer a comida. Sempre sinto que eles estão me expusando do lugar!
2. A comida é apimentada. E quando peço por comida não apimentada, é a mesma coisa que apimentada. O que acontece, é que sem pimenta pra eles não é comida. Bangladesh não tem saladas frescas, a alimentação é baseada em arroz. Muito arroz e pimenta!
3. Quando sai do Brasil, disse a mim mesma que nunca comeria com as mãos. Ainda uso garfo e faça, mas as vezes são tão desnecesarios…

AH, O AMOR.

4. Não se ve casais (homem e mulher) de mãos-dadas nas ruas. O que se ve são homens de mãos dadas, fazendo “carinho” uns nos outros e muitas vezes com os braços envolta da cintura ou do pescoço, um chamego…
5. Ainda existem casamentos arranjados e entre primos é permitido casar, mas não entre irmãos. Mas também existem os casamentos por amor!

A RELIGIÃO.

6. A religiao muçulmana ainda é pra mim, muito dificil de aceitar/conviver. Lembro da minha primeira impressão nas ruas, é de que não havia mulheres caminhando! A mulher aqui tem uma função diferente na instituição da família. O time criativo da agencia que trabalho é de 22 pessoas. E eu sou a unica mulher. Homens e mulheres não dividem o mesmo espaço dentro das mesquitas, e aqui em Dhaka, não é toda mesquita que possui uma sala para mulheres. As vezes, a religiao islã me parece uma religião para homens e confesso que isso me incomoda. Além disso, mulheres estrangeiras, as vezes, não tem o mesmo “respeito” que mulheres daqui. Quando conversei com meus amigos Bengalis sobre o assunto, o que eles me dizem, é que as pessoas tem uma visão digamos, equivocada das mulheres ocidentais, porque os filmes mostram o ocidente como um lugar facil de se ter sexo. (basicamente!) Quando ando nas ruas, as vezes, sinto “olhares” para cima de mim, e como meu bengla não é muito fluente, eu não entendo o que os homens falam. Melhor não entender. Melhor ainda colocar os oculos escuros e seguir em frente.

O CLIMA.

7. A temperature media por aqui agora, é 38 graus. E isso é apenas a primavera… Aqui existem 6 estações no ano. Uma delas é “monções”, que é quando comeca a chover. Quando comecar a chover, talvez, precise de um barco pra voltar para casa, porque as ruas alagam mesmo.

A CIDADE.

8. A pobreza é MUITA. E isso eu ainda não consigo me acostumar. “Pele Branca” aqui, significa que voce é um estrangeiro-rico. Os pedintes me seguem. E podem seguir-lo por mais de 15 minutos. Ontem, num rickshaw, uma criança, de uns 2 anos, correu descalça, ao lado do meu rickshaw por uma distancia grande. Eu não sei quanto em metros, mas garanto que foi uma boa pernada. E para que? Para conseguir atenção e ganhar 5 takas. Outro dia, saindo de uma restaurant, mais ou menos 10 crianças vieram até mim, e seguraram minhas mãos! Gritando “madan, money!” “madan, money!” “madan, money!” meu amigo deu 20 takas e assim elas soltaram minhas mãos.
9. Nunca vi tantas pessoas com lepra nas ruas como aqui.
10. A cidade é suja.
11. Sempre pago mais por rickshaw ou CNG. E se estou com meus amigos Bengalis, os rickshaws pedem mais porque estou ali.
12. Bangladesh não produz energia necessaria para alimentar a cidade. Temos cortes de energia diários, 3 ou 4 vezes por dia. É como um racionamento mesmo, dura entre 1 ou 2 horas. O de ontem, durou 2 horas e eu cozinhei no escuro! Aliás, posso tomar banho, cozinhar e me maquiar sob a luz de velas! E estou ficando boa nisso!

AS PESSOAS.

13. Tenho bons amigos.
Na agencia, o Sabih, ex-AIESECo, é quem sempre me ajuda em tudo que preciso. E a Ayesha, que estudou na Malásia, viajou muito, fala muito bem ingles, é muçulmana e usa veu para cobrir a cabeça. (Ela não usa burca, porque seu rosto sempre esta visivel.)
Shezad, meu chefe. Dificil dizer se ele é meu amigo ou não… mas sei que ele gosta de mim! Ele é muito professional e gusto da maneira que ele lidera os criativos da agencia. Além de que, ele é sempre super acessivel. Se preciso de algo, posso ir a sala dele que ele sempre me dará uma resposta! E além disso, ele sempre se mostra preocupado comigo e com o meu visto!
Na trainee-house. Adoro minhas flatmates! Somos 4 meninas agora. Diana da Servia, (mas que mora na Holanda ha 10 anos), Melissa, dos USA e a Rikae do Japão. Adoro, adoro mesmo elas. Cada uma com suas peculiaridades. Mas acredito que até mesmo eu estou mais flexivel… Eu que sempre tive irmão mais novo em casa, agora tenho uma ideia de como seria ter 3 irmas e dividir tudo! Além do Jorge, o trainee colombiano que não mora com a gente, mas esta sempre lá em casa! Adoro, adoro também! E a Mafer, ex-trainee da AIESEC, que esta aqui a 4 anos já… Qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo que eu precise, e só ligar para ela… Ela foi trainee e sabe como as vezes, as coisas são dificies ou faceis de compartilhar.
Martha, da Colombia e a Judith da Alemanha, minhas flatmates que já não estão mais Dhaka, porque o intercâmbio delas acabou. A Judith é mais que especial. Dividiu quarto e coração comigo! E a Martha, que sempre me entendeu o quão dificil, as vezes, é ser latino em Bangladesh. Com certeza, elas fizeram esses meus 3 meses por aqui, especiais.
No Grupo Latino. Sei que são boas pessoas, e estão sempre dispostas a ajudar os trainees!
Saad, Raju, Adeel e Sana, que são meus amigos Bengali. Mesmo o Adeel sendo do Paquistão. Eles sempre se preocupam com a pimenta da minha comida! :)

O TRABALHO.
14. Eu gusto MUITO do meu estágio! A Ogilvy & Mather é uma agencia internacional, fundada em 1948 que opera em 497 escritorios em 125 paises, e são +/- 16.000 empregados. No Brasil, são 4 escritorios: Rio, São Paulo, Porto Alegre e Brasilia. Eu gosto das pessoas e do ambiente de trabalho. Sou trainee, mas faço o que qualquer designer faz… participo de brainstorming (mais em bangla que en ingles!), tenho meus projetos e todo projeto tem um pouco de desafio! Estou adorando o ambiente criativo da propaganda! Claro, trabalho muito. Sou a trainee que sai antes de casa e a ultima a voltar. Mas sou a trainee com o maior salário! ;)



A VIDA.

15. Depois de pouco mais de 3 meses e um comeco de intercâmbio “conturbado”, eu ainda sinto saudades do Brasil, mas estranhamente, eu gosto de Bangladesh.

ps: mãe, feliz aniversário! AMO VOCE! :)